A taxa de juros rotativo é um dos grandes vilões dos orçamentos pessoais, não é mesmo? Afinal, os percentuais agressivos tornam a dívida muito maior em pouco tempo.
Então, antes de optar por essa modalidade de crédito, é prudente compreender o mecanismo de funcionamento do juros rotativo. Pegue sua calculadora e confira tudo sobre o assunto no texto a seguir.
O que é juros rotativo?
O juros rotativo é a taxa utilizada na modalidade de crédito rotativo concedida automaticamente quando o pagamento de uma fatura é feito de forma parcial. Você com certeza conhece o exemplo mais famoso: o juros rotativo aplicado às faturas de cartão de crédito.
Ao optar por pagar apenas o valor mínimo da fatura, o cliente entrará para o crédito rotativo ligado às instituições financeiras. Em um primeiro momento, pode parecer uma ideia aceitável adquirir crédito para pagar gastos elevados no cartão, certo?
Contudo, o grande problema desta situação são os valores envolvidos. Confira agora.
Como funciona o juros rotativo?
Você provavelmente já deve ter notado que sua fatura tem a possibilidade de pagamento total ou mínimo. Os juros rotativos são aplicados sempre que for escolhida a opção do valor parcial, geralmente estabelecido na faixa dos 15% da quantia integral.
Ao fazer o pagamento mínimo, o valor restante passa a ser lançado na fatura seguinte, sendo que é com base nesta quantia faltante que as taxas são aplicadas. E seja dito: são os juros mais altos do mercado financeiro, podendo facilmente ultrapassar os 400% ao ano.
Vale ressaltar que é a instituição financeira quem estabelece o valor desses juros, com base no perfil do cliente e a quantia a ser paga. Assim, o histórico financeiro do beneficiário pode infelizmente tornar as taxas ainda maiores.
Devido aos impactos devastadores no orçamento familiar dos brasileiros, em 2017 entraram em vigor novas regras para o crédito rotativo, impondo o limite de uso por apenas 30 dias. A partir deste prazo, a instituição financeira deverá oferecer obrigatoriamente propostas de créditos alternativos ao cliente, caso ainda não tenha condições de quitar o saldo devedor.
Como calcular o juros rotativo?
Para calcular o valor que será pago com o acréscimo de juros, é preciso saber qual foi o percentual contratado. Assim, o primeiro passo é entrar em contato com a sua instituição financeira para confirmar a taxa.
Em seguida, é preciso aplicar este percentual em cima do valor da fatura que não foi pago. Por exemplo, se sua fatura total era de R$ 1.000 e você pagou apenas R$ 150, o juros rotativo incidirá sobre os R$ 850 restantes.
Assim, caso você tenha contratado o crédito rotativo com juros a 35% ao mês, significa que você precisará pagar — só de juros — 35% de R$ 850, ou seja, R$ 297,50. E não se esqueça: será preciso também acrescentar o IOF de 0,38% em cima do valor atrasado, além de 0,0082% ao dia até o saldo ser quitado.
Como resultado, seus R$ 850 tornaram-se uma dívida de R$ 1,152,82. Isso sem contar o restante da fatura do mês seguinte que você também precisará pagar.
Por que você deve evitar o juros rotativo?
Acho que você já conseguiu ter uma ideia do motivo pelo qual o juros rotativo é um inimigo do planejamento financeiro, certo? As altíssimas taxas aplicadas tornam este tipo de crédito desvantajoso, a ponto de potencialmente levar o cliente ao superendividamento.
Recomenda-se sempre avaliar primeiro as demais opções de crédito. Por exemplo, é possível solicitar aos bancos e fintechs algumas simulações de empréstimos ou financiamentos, de forma a definir as opções que cabem melhor no seu bolso.
Com o dinheiro recebido, você poderá então quitar sua fatura e ganhar tempo para recuperar sua estabilidade financeira. Portanto, por mais tentador que seja pagar somente o valor mínimo da fatura, saiba que existem outras formas mais adequadas de pagar sua fatura do cartão!